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Ricardo Resende

Curso x Livro (comparativo definitivo)




Disparado é o tema sobre o qual recebo mais perguntas: "Professor, qual é a diferença do curso p/ o livro?" "Os dois são suficientes para o concurso de AFT"? "Os dois são suficientes para as duas fases?" Pois bem, vamos lá...

Como sempre digo a quem me pergunta, é difícil comparar o que é, por natureza, diferente. O objeto é o mesmo, claro, mas a forma de apresentar é incomparável, então boa parte da resposta é subjetiva. Essa parte cabe a cada um responder, a partir de suas preferências, histórico de estudo anterior, habilidades e dificuldades.


Abordando aquilo que é mais objetivo, vou mencionar o que penso a respeito, naturalmente com o viés das minhas experiências e preferências pessoais. Para facilitar, separarei por tópicos.


Abrangência


Embora meu livro tenha "ganhado asas" e hoje seja utilizado também por estudantes de graduação e por operadores do direito em geral (inclusive por colegas AFTs, do que muito me orgulho), ele foi concebido para ser um curso de Direito do Trabalho para concursos e, mais especificamente, para o concurso de AFT. Logo, a abrangência de conteúdo do livro é suficiente para as duas fases do concurso para AFT. Digo mais: é o único livro do mercado neste segmento que tem um capítulo decente sobre Direito Administrativo do Trabalho, tema muito importante para o futuro AFT, por razões óbvias.


O curso, por sua vez, obviamente abrange todo o conteúdo, para as duas fases, pois ele é específico para o concurso. Tudo no curso é feito pensando só no concurso p/ AFT, então é claro que o direcionamento é muito maior que no livro. O livro tem mais detalhes que o curso, o que é natural. Tem mais fundamentos teóricos explícitos (citações doutrinárias importantes, por exemplo), o que também é natural. Por outro lado, o curso vai direto ao ponto (em termos de concurso p/ AFT) em todos os assuntos, enquanto o livro, por ser dirigido a público eclético, hoje já é menos ostensivamente concurseiro. Costumo brincar que no curso eu digo "faça assim"; no livro, digo "conforme o entendimento dominante"...


Aí entram as particularidades de cada material, as quais serão abordadas nos tópicos seguintes.


Flexibilidade


É claro que o curso é muito mais flexível que o livro, pois posso alterá-lo a qualquer momento, mudar seu rumo, adaptá-lo a uma nova realidade do concurso ou a uma novidade legislativa ou jurisprudencial, e, para isso, dependo apenas de mim. O livro, além das limitações impostas pelo fechamento de edição (as atualizações são limitadas à data de fechamento da edição), depende de ajustes entre autor e editora, seja quanto ao formato, ao número de páginas (sempre me pedem p/ reduzir, o que geralmente enseja a supressão de ferramentas), a determinado tipo de abordagem.


No curso eu faço tudo aquilo que considero relevante para uma excelente preparação específica para o concurso de AFT. Crio ferramentas novas (como o boletim de jurisprudência, uma das ótimas ferramentas do curso atual); aperfeiçoo outras já testadas anteriormente; não tenho limite de espaço (embora faça o possível para não estender demais, em respeito ao tempo do(a) aluno(a)).


A partir do que foi dito sobre flexibilidade, fica fácil concluir que, em termos de atualização, o curso oferecerá vantagem, pois a atualização do livro é mais estática, enquanto a do curso é muito dinâmica. Não significa, absolutamente, que o livro não estará atualizado, pelo contrário. Dentre os livros do mercado, será o mais atualizado, pois a edição foi fechada em 31.05.2023 e, no finalzinho, durante a revisão, ainda tivemos tempo de incluir uma coisinha ou outra do mês de junho. Hoje está rigorosamente atualizado! Em dezembro, quando estiver publicado o edital, pode ser que o livro já apresente pequena desatualização... faz parte das limitações próprias do mercado editorial.


Linguagem e forma


Embora a linguagem do livro seja acessível e descomplicada, naturalmente ela é mais formal que a do curso. É uma obra conhecida, publicada por uma das maiores editoras do país, vendida para diversos públicos, como mencionado anteriormente. Logo, com o livro temos, eu e a editora, um rigor formal enorme, muito maior que aquele aplicado ao curso. O livro passa por um rigoroso processo de revisão antes da publicação de cada nova edição, processo esse em que são checadas, por exemplo, uma a uma, todas as referências legislativas. Por isso demora tanto o lançamento...


Tal fato tem um lado que considero muito positivo, que é a confiabilidade do livro como fonte teórica de estudos pouco sujeita a inconsistências, em geral. A apresentação é muito boa (a editora é grande, como mencionado), a diagramação é bem cuidada... enfim, o livro é um tijolo muito bom de manusear. Para quem gosta de livros, como é o meu caso, é prato cheio.


O curso, por sua vez, tem linguagem informal, totalmente adaptada à sua finalidade: preparar meus futuros colegas para a prova (e também para a vida de AFT). Não há qualquer rigor sob o ponto de vista da produção dos vídeos, pois gravo tudo sozinho, em casa, de forma artesanal, e não há tempo para editar os vídeos, para deixar tudo bonitinho. Mas isso também tem um lado muito positivo, que é a superatualização que eu consigo entregar no curso e não consigo no livro. Como gravo as aulas do curso semana a semana, no máximo com uma semana de antecedência (para cobrir eventuais imprevistos), tudo de cada aula está atualizado até a semana anterior à da disponibilização. Se mudar alguma coisa depois de disponibilizada a aula, basta fazer o acréscimo, sem qualquer burocracia.


Qual forma é melhor? Isso depende do gosto de cada um. Embora pareça que estou pendendo para o curso ao longo da análise, não é verdade, apenas estou mencionando informações (tão objetivas quanto possível) sobre os dois materiais. Sempre gostei mais dos livros, não tenho paciência para vídeos e eles dificilmente me fazem aprender mais do que lendo. Quem gosta mais de livros, como eu, provavelmente se adaptará melhor estudando pelo livro. Para quem gosta de aulas em vídeo, por sua vez, é claro que o curso parece mais adequado.


Ferramentas de aprendizagem


O livro oferece diversas ferramentas de aprendizagem e/ou condicionamento visando à preparação para concursos, com destaque para linguagem acessível (que facilita a compreensão para aqueles leitores que não têm formação jurídica), quadros sinópticos em praticamente todos os capítulos, indicação objetiva de material de estudo (relação de artigos de lei e verbetes de jurisprudência que devem ser estudados sobre cada matéria), dicas gerais temáticas para as provas discursivas e deixadinhas, que são um recurso que criei (e alguns copiaram depois) para incluir, no final de cada capítulo, pequenos trechos de conteúdo que o candidato deve memorizar. Atualmente o livro não tem questões de concursos anteriores. O curso, por sua vez, além das aulas em vídeo abordando teoria e utilização instrumental/pedagógica de questões de concursos anteriores, oferece, dentre outros, os seguintes recursos: a) material complementar em pdf, contendo resumos, quadros sinópticos, lei "seca" que deve ser memorizada, pontos de atenção específicos para o concurso p/ AFT, pontos de atenção para prova discursiva, boletim de jurisprudência a cada aula contendo julgados do TST por mim selecionados sobre o que há de mais atualizado e relevante em termos de jurisprudência não consolidada; b) áudios explicando pontos específicos complementares e/ou questões e/ou respondendo às dúvidas mais relevantes e frequentes dos alunos; c) questões objetivas de concursos anteriores por mim selecionadas (sendo algumas comentadas, conforme a necessidade), disponíveis para resolução dentro da área do curso. Tempo de estudo


O livro tem em torno de 1.300 páginas, contando teoria e recursos de revisão/condicionamento. Tomando-se por base o meu ritmo de estudo, que é de aproximadamente 10 páginas por hora (parabéns aos que fazem 15pág/h com qualidade, eu não faço!), são necessárias, para leitura de capa a capa, incluindo revisões básicas (por meio dos recursos já contados), 130h. Somando ao menos mais uma revisão completa, ou seja, segunda leitura, porém mais rápida, apenas dos pontos destacados inicialmente, diria que o tempo total de estudo seria de algo em torno de 160h a 180h, dependendo do ritmo de cada um.


O curso terá aproximadamente 60h em vídeo, mais material complementar mencionado, pelo que, em termos de tempo despendido para estudo, eu diria que a demanda será mais ou menos equivalente. Algo entre 100h e 130h, dependendo do ritmo de cada um. Neste momento do cronograma recomendo que o aluno dedique ao menos 6h/semana para o estudo de Direito do Trabalho, o que daria 156h até o final do curso (previsto para 19/12), mas isso inclui também a leitura de lei seca e carga maior de revisões.

Investimento Embora tenha grande valor para o concurseiro, o livro tem preço substancialmente inferior ao do curso (mais ou menos metade), por razões naturais, principalmente relacionadas a escalas de produção muito diferentes.

Disponibilidade


Este é, hoje, um dos fatores que está desequilibrando a relação, pois a edição atualizada do livro ainda não foi lançada e a editora sequer anunciou, até hoje, quando o será. A expectativa é de que o lançamento ocorra em julho, mas não depende mais de mim em nenhuma medida.


O curso, por sua vez, foi lançado no dia 27/06 e está em andamento, ou seja, é adequado para aqueles que querem iniciar já a preparação em Direito do Trabalho. Dá tempo de esperar o livro? Depende do cronograma de cada um... acima mencionei o número de horas que entendo adequadas para uma preparação minimamente boa na disciplina.


Livro + curso?


Muitos me perguntam se seria adequado utilizar o livro e o curso, estudando conjuntamente os dois, ou seja, acompanhando o curso com a leitura paralela do livro. Creio que a resposta só pode ser sim, desde que se tenha a capacidade de investimento e a conta de tempo feche. Boa parte dos meus alunos e vários dos aprovados no último concurso fizeram isso, usaram curso + livro, mas a escolha é muito pessoal, cada um deve definir de acordo com a sua realidade. É claro que utilizando curso + livro algumas partes se compensarão, o que significa dizer que o tempo despendido não seria a soma do tempo estimado para o livro mais o tempo estimado para o curso. Por exemplo, o aluno pode assistir à aula, ler a matéria respectiva no livro e utilizar o material de apoio do curso para a futura revisão (que seria a segunda leitura do livro). As questões do curso podem ocupar parte do tempo de revisão que seria do livro, e assim por diante. Aliás, no material de apoio do curso, em pdf, eu menciono cada item correspondente ao respectivo tema no livro, a fim de facilitar a vida de quem opta por utilizar os dois concomitantemente.


Abraço e bons estudos!


Ricardo Resende

ricardo@ricardoresende.com





2.254 visualizações4 comentários

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4 commentaires


Junae Nine
Junae Nine
05 juil. 2023

Boa noite professor,

quando será lançado o livro de Direito do Trabalho atualizado (2023)? Obrigado.

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Ricardo Resende
05 juil. 2023
En réponse à

Ainda aguardando a confirmação da data pela editora, mas deve ser no final desse mês.

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Pantanal_ba
01 juil. 2023

Professor, tenho a 8ª edição do seu livro. Posso começar por ele? Vai ter alguma nota de atualização? Ou terei de comprar a 9ª edição? Grato,

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Ricardo Resende
01 juil. 2023
En réponse à

Tem muita alteração legislativa e de entendimento jurisprudencial desde o fechamento da 8ª edição. Dá pra você ir quebrando o galho com a 8ª até sair a nova, principalmente nos capítulos menos expostos às alterações (2 a 7, 9, 10, 12, 21, 22, 25, 26, 28, 30 e 31), mas é bem puxado retomar todas as alterações dos demais capítulos "na raça". Como a quantidade de alterações é muito expressiva, não é viável divulgar arquivo de atualização. Por isso a editora deixou de garantir atualização há alguns anos... nas primeiras edições do livro era divulgado, quando do lançamento da seguinte, um arquivo com as atualizações. Entretanto, a velocidade e o volume das mudanças tornou a prática inviável.

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