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Ricardo Resende

Sobre a lotação dos novos AFTs

Antes de começar a falar sobre lotações é preciso deixar claro que vagas “boas” e “ruins” são assim classificadas de acordo com a demanda normal de preenchimento, e não de acordo com qualquer tipo de julgamento a respeito de determinada localidade, certo? Neste sentido, sempre usarei tais termos aqui entre aspas, a fim de evidenciar esse aspecto.


Com 900 vagas autorizadas, são bastante grandes as chances de abertura de vagas, também para os novos AFTs, em lotações normalmente mais disputadas, em vagas geralmente consideradas “boas”. O levantamento das necessidades de cada unidade ainda será feito, mas o que for apurado por meio dele, por si só, não definirá as vagas que serão distribuídas aos aprovados no próximo concurso.


Caberá, antes, a realocação dos AFTs que já estão na carreira e ainda não estão na lotação que lhes interessa. Neste sentido, antes da realização do concurso, ou ao menos antes da nomeação dos novos aprovados, deverá ser realizado Processo Seletivo de Remoção (PSR), a fim de que os AFTs atuais possam escolher eventuais lotações vagas.


Nos PSR há a famosa dança das cadeiras. Imagine o seguinte exemplo hipotético: o AFT Caio, que estava na cidade A, se remove para a cidade B; por sua vez, o AFT Tício, que estava na cidade C, se remove para a cidade A, para a vaga que era de Caio; o AFT Mévio, a seu turno, se remove para a cidade C, para a vaga que era de Tício, e assim por diante... Depois de todas as movimentações, as cadeiras que sobrarem vazias serão destinadas aos novos AFTs aprovados no concurso.


Cabe mencionar que a maioria dos AFTs que ingressaram em 2013 ainda estão em suas lotações iniciais, bem como que as vagas era bem “ruins”, pelo que é provável que vários deles disputem, com os mais antigos, as melhores vagas que surgirem agora no PSR. Muitos do concurso de 2010 já se removeram antes do concurso de 2013, mas vários deles também podem querer se mudar novamente, e assim por diante.


Ao menos nos PSR que acompanhei não teve muita movimentação entre os mais antigos (terceiro concurso para trás), mas este próximo pode ser um pouco diferente neste sentido, pois, em princípio, serão abertas vagas em todas ou praticamente todas as lotações, então as cidades mais disputadas de sempre, nas quais raramente há vagas para remoção, podem receber vários AFTs mais antigos que porventura estivessem esperando uma oportunidade.


É possível encontrar quais são as unidades do MTE a partir da leitura da Portaria MTP nº 548/2021, disponível aqui. Observo, por oportuno, que atualmente os AFTs são lotados apenas em Superintendências ou Gerências, de forma que devem ser desprezadas, para os fins desta postagem, as informações relativas às Agências de Atendimento do MTE.


Como mencionado acima, com 900 vagas autorizadas creio que boa parte das Gerências Regionais do Trabalho e algumas Superintendências terão vagas para os AFTs que passarem no próximo concurso. Antes da lotação dos novos aprovados haverá, claro, o processo seletivo de remoção (PSR) para os AFTs que já estão na carreira, mas é improvável que não sobrem muitas vagas "boas". Estimo, intuitivamente, que pelo menos umas 500 vagas "sobrarão" depois do PSR, ou seja, 500 vagas teoricamente "boas", mais 400 em lotações menos disputadas, digamos assim. Convenhamos que 500 vagas "boas" é o sonho de qualquer concurseiro, não é?


Como exemplo de Superintendências que podem oferecer vagas aos futuros aprovados, eu mencionaria São Paulo e Rio de Janeiro. Por outro lado, como exemplos de Superintendências em que muito dificilmente sobrarão vagas para os novos aprovados (porque serão provavelmente preenchidas por AFTs que já estão na carreira), mencionaria as queridinhas Fortaleza, Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Vitória, João Pessoa e Aracaju, entre outras. De toda forma, é bastante provável, como eu disse anteriormente, que num universo de 900 vagas sobrem para o concurso externo muitas vagas "boas" no interior desses estados, dependendo, é claro, do número de unidades que tenha por lá.


A título de exemplo, um aluno me perguntou sobre a perspectiva de vaga no Ceará. Como já disse, vaga em Fortaleza é bastante improvável, é a lotação mais difícil para todos da carreira. No interior do Ceará, por sua vez, há apenas a Gerência de Sobral, então eu não faria o concurso para AFT na expectativa de uma vaga lá. A partir daí, e com base nas informações sobre as unidades, disponíveis na Portaria nº 548/2021, é possível que cada um estabeleça o que é mais ou menos razoável esperar. Não adianta muito me perguntar sobre localidades específicas, pois não conheço a realidade da maioria das lotações nem acompanhei de perto, nos PSR anteriores, as movimentações para regiões que não me interessavam. Do que já vi mais de perto, vagas no interior de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul (todas Superintendências grandes, com muitas vagas), bem como no Centro-Oeste, costumam ser relativamente tranquilas de conseguir, exceto em algumas cidades "melhores". No Nordeste tende a ser o contrário, ou seja, poucas cidades tendem a oferecer vagas, pois as Gerências são menores e os concurseiros da região são muito bons.


Abraço e bons estudos! Ricardo Resende

ricardo@ricardoresende.com

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